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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Política: Quem Manda, Porque Manda, Como Manda


Sinopse: Numa época em que se comemora a queda do índice de analfabetismo e a melhora das estatísticas educacionais do Brasil, ainda são visíveis as várias linguagens que muitos brasileiros não foram ensinados a ler. As expressões e conceitos de alfabetização funcional e midiática estão em voga, todavia um conhecimento que urge para o brasileiro é o político.

Procurando sanar essa deficiência, João Ubaldo Ribeiro, mestre em Ciência Política e Administração Pública pela Universidade do Sul da Califórnia (EUA), escreveu o livro Política: quem manda, por que manda, como manda (1998). Nele o autor não pretende esgotar a temática, mas servir como um curso rápido e prático sobre política. Em decorrência da natureza e público-alvo do livro, Ribeiro escolheu unir de modo agradável conceitos acadêmicos, um estilo mais coloquial e uma abordagem pragmática do assunto.

Ribeiro não estruturou o livro de modo que respondesse às perguntas do título numa seqüência, mas que a cronologia dos fatos e conceitos trouxesse luz sobre as indagações levantadas. De modo inteligente ele faz questão nos dois primeiros capítulos desmistificar a política mostrando que não é algo sujo, entediante e incompreensível. Ele busca conscientizar que a política é natural em todo ser humano. Que viver sem ela é impossível, e que a indiferença em relação aos trâmites políticos só beneficia aqueles que detêm o poder.

O autor se preocupa também em explicar o desenvolvimento histórico das principais civilizações e como culminaram no modelo de Estado moderno. Mais do que isso, ele mostra a funcionalidade da estrutura social atual enfatizando como se constitui, e se exerce, o poder numa sociedade democrática.

Ao longo da obra, o autor discorre sobre termos por muito tempo ouvidos e utilizados por todos, mas deveras incompreendidos. Ribeiro define palavras como Estado, soberania, presidencialismo, sufrágio e outras dezenas relacionadas e derivadas dessas.

Vale ressaltar também a crítica que o autor faz à compreensão simplista de democracia. Ele enfatiza que não existe um país democrático sequer, pois a democracia, conforme idealizada, jamais foi exercida em sua plenitude. Na prática, alguns Estados se aproximam do ideal democrático. Essa variação na "escala" é determinada, entre outros, pelo grau de liberdade dos cidadãos, de estabilidade das instituições e de responsabilidade do governo para com a sua população.

Enfim, o livro é uma leitura indispensável para os "focas" da política, e uma grande oportunidade para, os que não "suportam" o assunto, terem o apetite fomentado. As metáforas, ilustrações e o estilo irônico do autor contribuem para a didática do ensaio. As perguntas e pesquisas propostas ao final de cada capítulo estimulam o leitor a pensar por si mesmo e se aprofundar num tema que em tão poucas páginas não poderia ser esgotado.

Vale finalizar com uma citação do autor sobre a relevância da "alfabetização" política: "Somente através da consciência política podemos aspirar à dignidade humana e a integral condição de cidadão."

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