O Prefeito Carlos Sampaio decretou o fim do Morro do Castelo por meio do decreto 1.529. O Morro foi alvo de inúmeros pareceres técnicos das áreas da medicina e da engenharia que alegavam que o arrasamento da colina era vital para a melhoria do clima e da circulação dos ventos na área central do Rio de Janeiro.
O prefeito tinha como objetivo sanear a cidade e prepará-la para as comemorações do 1º centenário da independência do Brasil, realizando obras de saneamento e embelezamento que culminariam numa exposição internacional no local. A reforma urbana promovida por Pereira Passos, ao remodelar ao Rio Antigo, deixou o morro do Castelo fora do processo de modernização urbana.
Foi em vão a intensa campanha contra a demolição do Morro do Castelo iniciada pelo Jornal do Brasil em 1920, local onde, em 1567, "nasceu a cidade, ergueu-se Estácio, o fundador", como afirmou o escritor Monteiro Lobato, igualmente contra o arrasamento.
Máquinas e empréstimos no valor de US$ 12 milhões foram contratadas para dar fim ao morro, que na época da abertura da Avenida Central já havia cedido uma fatia para os tratores do progresso.
As 4.200 pessoas que ficaram sem lar seriam instaladas em barracos na Praça da Bandeira.
O berço da cidade do Rio de Janeiro
O Morro foi escolhido por Mém de Sá em 1567 para abrigar os portugueses que haviam participado da expulsão dos franceses comandados por Villegaigon. Desempenhou por muito tempo uma função estratégica. O telégrafo e o Observatório Astronômico funcionaram no seu topo.
Ele também abrigou os Jesuítas, que foram expulsos durante o governo do Marquês de Pombal em 1759. A expulsão gerou muitas lendas na população, que acreditava que tesouros teriam sidos enterrados durante o rápido despejo da ordem.
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