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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Igrejas barrocas do Recife são um passeio pela história e cultura da cidade

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR 
24/11/2011 | 16h24 | Rococó



Detalhes, vitrais, jogo de luzes e sombras. Percorrer as igrejas do Recife é uma verdadeira aula de arte, história e cultura. Tanto que a maioria delas está incluída nos roteiros religiosos de maior destaque no estado. E foram justamente 11 destas igrejas que serviram de inspiração para o lançamento do livro ′Igrejas Barrocas do Recife`, que será lançado nesta quinta-feira (24), pelo fotógrafo Rildo Moura. O trabalho foca nas construções erguidas durante o período barroco e rococó.

Entre todas as igrejas barrocas de Pernambuco, a de maior influência é a Capela Dourada, também chamada Capela dos Noviços, pertencente à Venerável Ordem Terceira de São Francisco do Recife. Localizada na Rua do Imperador, bairro de Santo Antônio, a igreja foi construída entre os anos de 1696 e 1724. O forro do teto é feito de caixotões pintados em 1696. Seu interior é todo talhado em madeira, do tipo cedro, recoberta com gesso e lâminas de ouro. Os azulejos que adornam a sala principal foram trazidos de Portugal no período entre 1704 e 1724. Destaque para as esculturas de 1840, que decoram a Capela, nas quais foram utilizados cabelos humanos. No século 19, era comum mulheres que não tinham como contribuir financeiramente com a igreja, atenderem ao apelo religioso, doando seus cabelos. Era uma forma de dar maior veracidade à história contada pela igreja.

A Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Santo Antônio também traz influência barroca, principalmente em sua fachada. As portas, de madeira entalhada, com almofadões volumosos denunciam o estilo rococó. A matriz começou a ser construída em 1752, no terreno onde antes havia trincheiras construídas pelos holandeses, mas só foi conluída em 1790. A decoração do interior, porém, só foi concluída no século 19, com a capela-mor ornamentada com painéis pintados Sebastião da Silva tavares e Manuel de Jesus Pinto.Foi também durante o período de invasão holandesa, que a Igreja Nossa Senhora do Terço, começou a ser instalada no bairro de São José, na antiga Rua dos Copiares, hoje chamada de Rua Cristóvão Colombo. Lá, nas primeiras décadas do século 18, existia um nicho com a imagem de Nossa Senhora, onde os viajantes rezavam o terço à santa. Este foi o motivo pelo qual a igreja foi erguida ali. O estilo barroco está presente em toda a sua construção. Destaque para o alto da torre, formado por azulejos, jarros ornamentais, uma pequena cruz com anjos e um relógio.

Foi com a fundação do primeiro convento carmelita, em 1584, em Olinda, quando a primeira festividade brasileira em homenagem a Nossa Senhora do Carmo foi realizada. Mas só foi em 1665 que a basílica em honra da santa foi criada. A igreja segue o estilo rococó , com o brasão da Ordem Carmelita instalado no frontispício do corpo principal. Sua decoração em talha dourada é de valor inestimável. Entre os pontos altos destacam-se os doze altares secundários e a capela-mor, com uma imagem em tamanho natural de Nossa Senhora do Carmo, ladeada de anjos e santos, numa moldura de talhada em detalhes ricos.

A Igreja de São Pedro dos Clérigos está localizada em frente ao Pátio de São Pedro e conserva em seu entorno um conjunto bucólico de 29 casas baixas coloniais. O Pátio possui um calçamento de pedras do século 19, que formam um conjunto tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1938. Diferente da maioria das igrejas, a estrutura da catedral é verticalizada, com uma porta talhada em detalhes barrocos. No interior, outro belo trabalho em talha, com elementos rocoó nos balcões, capela-mor e na nave.

A cultura africana é retratada com detalhes na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, fundada entre os anos de 1662 e 1667, no período do reinado de D. Afonso VI de Portugal. No altar existem os santos negros como o rei Baltazar, São Elesbão, São Benedito, Santo Antonio de Catagerona e Santa Ifigênia. A rua na frente da igreja recebeu a denominação de Rua Estreita do Rosário.




Por Elian Balbino

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