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sábado, 23 de julho de 2011

Santa Cruz (bairro do Rio de Janeiro)





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Montagem Santa Cruz, Rio de Janeiro, RJ.jpg
Bairro do Rio de Janeiro Bandeira do Município do Rio de Janeiro.png
Área:12.504,43 hectares
Imigração predominante: Portugal Japão Itália
Líbano Síria Turquia
IDH:0,742
Habitantes:217.333
Limites:Itaguaí, Seropédica, Paciência,
Cosmos, Guaratiba e Sepetiba
Subprefeitura:Subprefeitura da Zona Oeste
Região Administrativa:Santa Cruz/Guaratiba


Santa Cruz é um extenso e populoso bairro de classe média, média-baixa e baixa da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, o mais distante da região central da cidade. Cortado pela Estrada de Ferro Central do Brasil (em trecho operado pela Supervia), possui uma paisagem bastante diversificada, com áreas rurais, comerciais, residenciais e industriais.
É sede da XIX Região Administrativa (R.A.), compreendendo também os bairros vizinhos de Paciência e Sepetiba. A XIX R.A., por sua vez, está subordinada à Subprefeitura de Santa Cruz e Guaratiba.[1]
Desde a instalação do Porto de Itaguaí, é uma localidade em franco desenvolvimento.[2] Possui 444 anos de história, estando nela preservados importantes monumentos. É, porém, um local de contrastes. É um dos bairros mais populosos, e ao mesmo tempo, devido a sua vasta área territorial, um dos menos densamente povoados; possui um distrito industrial, mas em sua paisagem ainda impera muitas áreas rurais.
Etimologia
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Bairros cariocas
Mapa da cidade do Rio.svg
Rio de Janeiro
Conforme consta na obra rara intitulada História da Imperial fazenda de Santa Cruz publicada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, de autoria de José de Saldanha da Gama que foi um dos superintendentes da fazenda, em 1860, os jesuítas colocaram uma grande cruz de madeira, pintada de preto, encaixada em uma base de pedra sustentada por um pilar de granito.[3] Este cruzeiro deu nome à Santa Cruz em 30 de dezembro de 1567.
Mais tarde, já durante o Império, o cruzeiro foi substituído por outro de dimensões menores e atualmente existe uma cruz no mesmo local, porém esta é uma réplica erigida pelo Exército Brasileiro.

 História

 Antecedentes

Antes da chegada dos europeus à América, a região conhecida hoje como Santa Cruz era povoada por aldeias de povos da família linguística Tupi-guarani, que chamavam o local de Piracema (muito peixe).[4]
Após o Descobrimento do Brasil, com a chegada dos colonizadores portugueses à baía da Guanabara, a vasta região da baixada de Santa Cruz e montanhas vizinhas, foi doada a Cristóvão Monteiro, da Capitania de São Vicente por Martim Afonso de Sousa em janeiro de 1567, como recompensa aos serviços prestados durante a expedição militar que expulsou definitivamente os franceses da Guanabara. O mesmo mandou construir logo em seguida um engenho de açúcar e uma capela no local conhecido como Curral Falso, iniciando o povoamento das terras pelos portugueses.[5]

A Companhia de Jesus


Sede da Antiga Fazenda de Santa Cruz, Palácio Real e Imperial.
Com o falecimento do titular das terras, a sua esposa, dona Marquesa Ferreira, doou aos padres da Companhia de Jesus a parte das terras de Cristóvão que lhe tocava.
Estes religiosos, ao agregarem estas terras a outras sesmarias, constituíram um imenso latifúndio assinalado por uma grande cruz de madeira: a Santa Cruz. Em poucas décadas, a região compreendida entre a barra de Guaratiba, o atual município de Mangaratiba, até Vassouras, no sul do atual estado do Rio de Janeiro, integrava a poderosa Fazenda de Santa Cruz, a mais desenvolvida da Capitania do Rio de Janeiro nesta época,[4] contando com milhares de escravos, cabeças de gado, e diversos tipos de cultivos, manejados com técnicas avançadas para a época.
Entre as edificações, hoje com valor histórico, contam-se igrejas e um convento, ambos ricamente decorados. Uma dessas obras remanescentes é a chamada Ponte do Guandu ou Ponte dos Jesuítas. Na verdade uma ponte-represa, que foi erguida em 1752, com a finalidade de regular o volume das águas das enchentes do rio Guandu. Atualmente, esse monumento permanece com a sua estrutura original quase inalterada, sendo um patrimônio histórico, artístico e arquitetônico tombado pelo IPHAN.[6]
Outra iniciativa dos dirigentes da Fazenda de Santa Cruz, no plano da cultura, foi a fundação de uma escola de música, de uma orquestra e de coral, integrados por escravos, que tocavam e cantavam nas missas e nas festividades, quer na fazenda, quer na capital da Capitania. Considera-se, por essa razão, que Santa Cruz foi o berço da organização instrumental e coral do primeiro conservatório de música no Brasil.[7]
Passa pelas terras da Fazenda de Santa Cruz a trilha que no período colonial ligava a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro ao sertão: o Caminho dos Jesuítas, posteriormente denominado Caminho das Minas, e posteriormente ainda, Estrada Real de Santa Cruz. O seu percurso estendia-se até ao porto de Sepetiba, onde se embarcava com destino à cidade de Parati, de onde partia a antiga Estrada Real.
Diante da expulsão dos jesuítas dos domínios de Portugal e suas colônias, em 1759 por ação do Marquês de Pombal, o patrimônio da Companhia de Jesus (e a Fazenda de Santa Cruz) reverteu para a Coroa.

 A Família Real


Imperador no mirante, observando a paisagem da Fazenda de Santa Cruz.
Com o banimento dos jesuítas do Brasil, o patrimônio da Fazenda de Santa Cruz passou a se subordinar aos Vice-reis. Após um período de dificuldades administrativas, sob o governo do Vice-rei Luís de Vasconcelos e Sousa, a fazenda voltou a conhecer um período de prosperidade.
No início do século XIX, com a Chegada da Família Real ao Brasil (1808) e o seu estabelecimento no Rio de Janeiro, a fazenda foi escolhida como local de veraneio. Desse modo, o antigo convento foi adaptado às funções de paço real - Palácio Real de Santa Cruz.
Sentindo-se confortável na Real Fazenda de Santa Cruz,[8] o Príncipe Regente prolongava a sua estada por vários meses, despachando, promovendo audiências públicas e recepções a partir da mesma.[7] Nela cresceram e foram educados os príncipes Dom Pedro e Dom Miguel.
Por iniciativa do soberano português foram trazidos da China cerca de cem homens encarregados de cultivar chá, no sítio hoje conhecido como Morro do Chá. Durante quase um século essa atividade foi produtiva e atraiu o interesse de técnicos e visitantes, tal o pioneirismo de sua implantação no Brasil. O chá colhido em Santa Cruz era de excelente qualidade e, por isso, a sua produção era integralmente comercializada.[7]
Em 15 de Julho de 1818 (193 anos) foi fundada a Vila de São Francisco Xavier de Itaguaí, da qual Santa Cruz se torna termo. D. João VI despediu-se de Santa Cruz em 1820, para retornar à metrópole portuguesa.

O Primeiro Reinado

Após o regresso de Dom João VI a Portugal, o Príncipe-Regente D. Pedro continuou constantemente a presente em Santa Cruz, passando sua lua-de-mel com a Imperatriz Leopoldina (1818) nesta fazenda,[7] transformando o Palácio Real em Palácio Imperial.
No contexto da Independência do Brasil, antes de iniciar a histórica viagem da Independência, o príncipe-regente deteve-se em Santa Cruz, onde aconteceu uma reunião no dia 15 de agosto de 1822, com a presença de José Bonifácio, para estabelecer as suas bases.[7] Ao regressar, antes de seguir até a cidade, comemorou a Independência do Brasil na fazenda.[7]

O Segundo Reinado


Palacete Princesa Isabel.
Dom Pedro I, abdicou do trono, mas os seus filhos continuaram a manter presença constante na Fazenda Imperial de Santa Cruz.[9] Desde cedo, Dom Pedro II e as princesas promoviam concorridos bailes e saraus no Palácio Imperial.[7]
Deve-se destacar também que a durante todo o período entre 1808 e 1889, Santa Cruz foi um dos bairros cariocas com suas paisagens mais retratados por viajantes estrangeiros como o francês Jean-Baptiste Debret, o austríaco Thomas Ender, a inglesa Maria Graham e outros.[10] A gravura que serve de ilustração para este texto é um exemplo, sendo de autoria do pintor belga Benjamin Mary, que foi o primeiro embaixador da Bélgica no Brasil,[11] pintada em novembro de 1837. A figura é prova documental de que o Mirante de Santa Cruz constituía um local visitando pelos imperadores, na qual é possível ver além do antigo Palácio Imperial, Dom Pedro II com apenas 14 anos de idade apreciando a vista da fazenda.
No ano de 1833 o curato[nota 1] Fazenda Nacional de Santa Cruz por decreto foi desligado do termo de Vila de Itaguaí e passou a ser do termo da cidade do Rio de Janeiro,[12] atendendo aos anseios da população local.
Em Santa Cruz foi assinada a lei, pela Princesa Isabel que dava alforria a todos os escravos do Governo Imperial.[7] A promulgação da lei foi assistida por ilustres convidados como o Visconde do Rio Branco e o Conde d'Eu.
Santa Cruz, por sua posição político-econômica e, sobretudo estratégica (frente para o mar e fundos para os caminhos dos sertões de Minas) foi uma das primeiras localidades do país a se beneficiar com o sistema de entrega em domicílio de cartas pelo correio. Em 22 de novembro de 1842 foi inaugurada a primeira agência dos Correios do Brasil a adotar este serviço. Também foi o local escolhido pelo imperador para a instalação da primeira linha telefônica da América do Sul, entre o Paço de São Cristóvão e o de Santa Cruz.[13]
Em 1878 foi inaugurada a estação de trem e no final de 1881, D. Pedro II inaugurou o Matadouro de Santa Cruz, tido como o mais moderno do mundo à época, que era servido por um ramal da estrada de ferro e abastecia de carne toda a cidade do Rio de Janeiro. Também, devido ao gerador que atendia ao matadouro, Santa Cruz foi o primeiro bairro do subúrbio a ter iluminação elétrica.[14] D. Pedro II também inaugurou o primeiro telefone da Fazenda.[15]
Pouco a pouco, Santa Cruz foi se transformando, com palacetes, solares, estabelecimentos comerciais, ruas e logradouros. Resistindo ao tempo e à ação criminosa dos homens,[16] muitos desses locais ainda se mantêm de pé, atestando a importância histórica deste bairro. O Palacete Princesa Isabel, o Marco Onze,[17][18] a Fonte Wallace,[19] o Hangar do Zeppelin[20] e tantos outros, são exemplos.

A República

Depois da Proclamação da República, Santa Cruz perdeu muito do seu prestígio. Mas, sanados alguns problemas, logo atraiu imigrantes estrangeiros, que muito contribuíram com a economia do bairro. Os árabes e os italianos foram os responsáveis pela expansão do comércio local,[7] e os japoneses pelo desenvolvimento da agricultura.

Hangar do Zeppelin (Base Aérea de Santa Cruz), um dos últimos hangares para zeppelins existentes no mundo.[21]
Durante o governo Getúlio Vargas, na década de 1930, a região de Santa Cruz passou por profundas transformações, com obras de saneamento que objetivavam a valorização das terras, com a recuperação da salubridade e do dinamismo econômico, a partir da criação das Colônias Agrícolas. Em 1938 vieram as primeiras famílias japonesas, não diretamente do Japão, mas sim de Mogi das Cruzes (SP), para ocuparem os lotes do recém criado Núcleo Colonial e implementarem novas experiências na agricultura. Os lotes eram distribuídos pelas estradas Reta do Rio Grande e Reta de São Fernando, e eles, logo que chegaram, puseram de imediato mãos nas terras, já tendo produzido naquele mesmo ano após apenas três meses de trabalho, quantidade significativa de alimentos.[5] A produção era tão grande que abastecia toda a cidade do Rio de Janeiro, conferindo a Santa Cruz o título de "celeiro" do Distrito Federal.[22]
À época foi construído ainda, na região, um hangar para os dirigíveis Zeppelin, o Hangar do Zeppelin. A construção encontra-se tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desde 1998, recebendo a inscrição de tombamento no 550.[23]
Com o intenso desenvolvimento do Rio de Janeiro, ocorrendo em todas as direções, foi inaugurada, em 1975, a Zona Industrial, fomentando fortemente a urbanização do bairro. Nela estão localizados os três importantes distritos industriais de Santa Cruz, Paciência e Palmares, onde se encontram em pleno funcionamento a Casa da Moeda do Brasil, Cosigua (Grupo Gerdau), Valesul, White Martins, Glasurit e a Usina de Santa Cruz, uma das maiores termelétricas a óleo combustível da América Latina, com capacidade instalada de 950 MW.
No começo da década de 1980, foram construídos diversos conjuntos habitacionais pela Companhia Estadual de Habitação (CEHAB) que aumentaram consideravelmente a população do bairro, dando-lhe características de bairro dormitório.

Atualidade

Santa Cruz hoje é um bairro em franco crescimento.[24][25] Possui um comércio bem desenvolvido, várias agências bancárias e inúmeras e diversificadas lojas, um sistema educacional que atende satisfatoriamente à demanda, o Hospital Estadual Dom Pedro II que foi planejado para servir como hospital de referência para tratamento de queimaduras.[26] Além de duas grandes unidades militares da Forças Armadas: o Batalhão Escola de Engenharia e a Base Aérea de Santa Cruz, importante centro de defesa da Aeronáutica e maior complexo de combate da Força Aérea Brasileira;[27] a Cidade das Crianças Leonel Brizola, que funciona como Parque Temático da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (possuindo inclusive um planetário[28]), destinado, em especial, às crianças e adolescentes, e importantes monumentos históricos e culturais.
Foram instalados, especialmente nas proximidades da Avenida João XXIII, vários empreendimentos industriais de peso,[29] especialmente a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que modificou a paisagem e dinamizou a economia do bairro.[22][30] Está programado para entrar em funcionamento uma fábrica de turbo-geradores de energia para plataformas marítimas até o fim de 2012, um investimento de US$ 60 milhões da britânica Rolls-Royce Energy.[31]
Também se caracteriza como um bairro proletário, em que coexistem diversos problemas como dificuldades de transporte,[32][33] falta de saneamento adequado em certos pontos,[34][35] ação de milícias em comunidades carentes [36] e problemas ambientais sérios.[37][38]
Com o aumento da população, a violência no bairro tem aumentado.[39] A ação da polícia é no combate ao tráfico de entorpecentes nas favelas do entorno do bairro,[40] bem como na ação de milicianos.[41] Estes são responsáveis pelo controle do transporte alternativo, e exploração de serviços ilegais de eletricidade, gás e televisão a cabo.[42]

Geografia

Ver página anexa: Sub-bairros de Santa Cruz

Imagem de satélite do bairro.
Localizado nos limites da cidade, seu território estende-se por uma área de 12.504,43 ha[1] e tem por vizinhança os municípios de Itaguaí a oeste e Seropédica ao norte; os bairros de Sepetiba ao sul, Paciência e Cosmos a leste e Guaratiba a sudeste. A sudoeste seu território é banhado pela baía de Sepetiba.

 Relevo

Por encontrar-se na baixada de Santa Cruz, a maior parte do seu território é plano, com altitudes próximas ao nível do mar, onde predominam áreas descampadas como o Campo do Itongo, Campo de Sapicu, Campo de São Luiz, Campo de Roma e outros.[43] A exceção é o centro que se encontra em uma área um pouco acidentada, cujo ponto mais alto é o morro do Mirante com cerca de 65 metros de altitude. Ainda se destacam na paisagem o Morro da Bandeira, o Morro da Joaquina e o Morro do Leme com cerca de 94 metros de altitude.[43]
Seu litoral, pouco recortado, é banhado pela baía de Sepetiba por pouco mais de 10 km, incluso a ilha dos Urubus na foz do Canal de São Francisco.[43]

 Hidrografia

A baixada de Santa Cruz é drenada por vários rios e canais, dentre os principais estão: o Rio da Guarda, limite ocidental da cidade do Rio de Janeiro; o Rio Cação Vermelho, Rio Guandu (Canal de São Francisco), Rio Guandu-Mirim e Canal do Itá. Todos pertencentes a bacia hidrográfica da baía de Sepetiba.[43] O canal de São Francisco serve ao abastecimento do distrito industrial. Já o canal da Irrigação e o canal de São Fernando irrigam as culturas no Núcleo Colonial.[43]

Clima

O clima é classificado como tropical atlântico (Aw), segundo o modelo de Köppen. A temperatura média anual é superior aos 22° Celsius e a média pluviométrica anual alcança 1200 mm.[44]
Por se tratar de uma localidade próxima do litoral, o efeito da maritimidade é bastante perceptível, traduzindo-se em amplitudes térmicas relativamente baixas. Abaixo o quadro das normais mensais de temperatura máxima, temperatura mínima e precipitação para Santa Cruz.




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MêsJanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDez
Maior temperatura °C323332292827272828282931
Menor temperatura °C222322201816161718192021
Precipitação mm195.1144.9149.7109.256.437.930.742.162.393.6118.1184.9
Fonte: Weather Underground



Constantemente, o bairro tem registrado as mais altas temperaturas da cidade.[45]

Demografia

Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dados do Censo Demográfico 2010, Santa Cruz tem uma população total de 217.333 habitantes. Destes, 112.966 residentes são do sexo feminino e 104.367 residentes são do sexo masculino.[46] Dados também contam um total de 76.295 domicílios.[46]

A Igreja da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, um dos maiores templos religiosos do Rio de Janeiro.
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Pessoas residentes por grupo de idade em 2010
0 a 9 anos de idade<><><><><><> <><><><><><>
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14,3%
10 a 19 anos de idade<><><><><><> <><><><><><>
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18,7%
20 a 59 anos de idade<><><><><><> <><><><><><>
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55,5%
60 anos de idade e mais<><><><><><> <><><><><><>
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9,9%

Religião

A partir de microdados do Censo 2000, o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas aponta que o percentual de católicos no bairro encontra-se na faixa de 40 a 60%, a grande maioria. Santa Cruz ainda está entre os três bairros mais evangélicos do Rio com 28,64% de praticantes. No ranking dos sem religião, Santa Cruz aparece na segunda posição com 19,86%.[47]
A Igreja Católica está presente com cinco paróquias e seus 46 templos cristãos, dentre igrejas e capelas, espalhados por todo o bairro.[48] Tem crescido bastante o número de templos evangélicos na região, que também possui centros espíritas e igrejas de outros credos.[3]

Símbolos oficiais


Brasão de Santa Cruz.
Apesar de não ser comum entre as cidades brasileiras, alguns bairros da capital fluminense possuem símbolos, adquiridos à época em que esta cidade era o estado da Guanabara. Santa Cruz possui um hino e também um brasão, lançado por ocasião das comemorações do IV Centenário do bairro (1567-1967).

Infra-estrutura

Educação

Santa Cruz possui um sistema educacional público e privado que supre adequadamente a demanda por educação básica. Conforme informação da prefeitura, possui 53 unidades escolares públicas municipais que atendem cerca 41.104 alunos durante o ensino fundamental e médio, fora outras instituições privadas como Colégio Apolo XII, Colégio Dom Óton Mota, Santa Mônica Centro Educacional e outros.[1]
Existe porém uma grande carência no ensino médio, que é suprido por escolas da rede pública estadual e as instituições particulares. As escolas da rede estadual são em número insuficiente para atender a demanda, especialmente de ensino técnico e profissionalizante. Apesar disso, está localizado no largo do Bodegão um CETEP,[nota 2] que oferece inúmeros cursos profissionalizantes e cursos técnicos de boa qualidade através da ETE Santa Cruz. A transferência para Santa Cruz da instituição SESI/SENAI de ensino profissionalizante também está sendo fundamental para atender a demanda por mão-de-obra qualificada, dos novos empreendimentos industriais que aportam na região.[24]
O ensino superior possui histórico bem recente e é ministrado somente por instituições particulares. A FAMA (Faculdade Machado de Assis) foi a pioneira, sendo uma instituição local mantida pela Associação Educacional Machado de Assis e surgida em meados da década de 1990, ministrando cursos de graduação, pós-graduação, semipresenciais e de extensão.[49] Após ela, surgiram campi de várias outras instituições, como da Universidade Castelo Branco, da Universidade Cândido Mendes, da UniverCidade, e Universidade Estácio de Sá (esta com amplo prédio próprio).
As instituições de ensino do bairro são famosas em revelar talentos do esporte e da música para todo o país. As bandas marciais dos colégios Apollo XII e Dom Óton Mota estão entre as melhores e se apresentam em todo o Brasil.[50]

Saúde


Um dos canais que cortam o bairro de Santa Cruz.
Santa Cruz conta com diversos hospitais e postos de saúde, com destaque ao Hospital Dom Pedro II e o Posto de Saúde Municipal Lincoln de Freitas, além de vários hospitais privados, como os hospitais da rede Cemeru e Memorial. Porém, a população de baixa renda é a que mais sofre com a falta de médicos e leitos na rede de hospitais públicos da cidade.[51] O problema é maior quando há casos de epidemia de dengue.[51] A falta de informação e a negligência de moradores fazem com que o bairro tenha um dos mais altos índices de proliferação do mosquito na cidade.[51] Os postos de saúde e hospitais têm sido insuficientes para a demanda.[51] A implantação de Unidades de Pronto Atendimento 24 horas (UPAs) em diversas localidades promete resolver esta carência.[52]

Água e saneamento

O abastecimento de água em Santa Cruz é feito pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE). Esta possui uma unidade no morro do Mirante. Ali foi construída, no século XX uma grande caixa d'água para suprir toda a região, mas hoje se encontra desativada.
A falta de água encanada e rede coletora de esgoto é crítico em áreas carentes do bairro.[51] Além da falta de abastecimento de água e rede coletora de esgoto em certos pontos, a rede de ligações clandestinas é outro problema enfrentado pela companhia no bairro.[53][54]

Transportes


Estação Santa Cruz.
Santa Cruz possui a estação final do segundo mais importante ramal de trens urbanos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o Ramal de Santa Cruz. O mesmo é operado pela Supervia e nos horários de maior movimento apresenta intervalo médio de 12 minutos. Há serviços de integração com ônibus utilizando exclusivamente o RioCard e existe um projeto para integração paga com a linha Itaguaí da Central, que está em fase de estudos para ser reativada.[55]
Santa Cruz possui um Terminal Rodoviário Urbano na Rua Álvaro Alberto e conta com importantes acessos rodoviários para a capital fluminense. O principal é a Avenida Brasil, que liga Santa Cruz ao Centro do Rio de Janeiro. A Avenida Cesário de Melo (antigo Caminho Imperial) interliga o bairro a Campo Grande. A Rodovia BR-101 (Rio-Santos) se inicia no bairro e liga o Rio de Janeiro aos municípios da Costa Verde e segue rumo ao litoral paulista. A Estrada da Pedra faz ligação com o bairro de Pedra de Guaratiba. A Estrada de Sepetiba interliga Santa Cruz ao bairro de Sepetiba.
Possui outros logradouros importantes, que cruzam o bairro como a Avenida Antares, Avenida Areia Branca, Avenida Isabel, Avenida João XXIII, Estrada da Urucânia, Rua Álvaro Alberto, Rua Felipe Cardoso, Rua Padre Guilherme Decaminada, Rua Senador Camará, dentre outras.
Santa Cruz é o bairro do Rio de Janeiro que possui o maior índice de usuários de bicicleta. O veículo é utilizado por 12% da população, enquanto a média em toda a cidade é de 2%.[56] Um projeto de ciclovia está sendo implementado para ligar os bairros de Santa Cruz e Campo Grande acompanhando a linha férrea e integrando às estações.[57]
Encontra-se em construção o corredor expresso de ônibus articulados TransOeste que ligará Santa Cruz a Barra da Tijuca e promete reduzir em até a metade do tempo médio a viagem.[58]

Comunicações

O bairro conta com um serviço de sinal de internet banda larga livre.[59] Santa Cruz ainda possui uma antena transmissora de televisão para o canal 26 UHF, no momento não utilizada por nenhuma emissora.[60]

Serviços


Cemitério Jardim da Saudade Paciência, localizado nos limites do bairro.
O bairro desfruta de diversos serviços públicos, prestados pelas diversas esferas do governo e por particulares, como: hospitais e postos de saúde; o Centro de Controle de Zoonoses Paulo Dacorso Filho, que é referência no município em tratamento de zoonoses e desenvolvimento de sistemas de vigilância sanitária e epidemiológica; diversas agências dos Correios e agências bancárias; um destacamento do Corpo de Bombeiros; a 36ª Delegacia de Polícia e o 27º Batalhão de Polícia Militar, além do cemitério municipal localizado próximo ao quarteirão cultural do Matadouro e do cemitério Jardim da Saudade na localidade de Venda de Varanda.

Economia

Santa Cruz possui uma economia bastante diversificada, com áreas rurais, uma zona industrial importante para a cidade e um comércio que tem experimentado crescimento significativo nos últimos anos.[61]

Agricultura

Durante o governo Getúlio Vargas, na década de 1930, a região de Santa Cruz, passou por grandes obras de saneamento e a criação das Colônias Agrícolas.[5]
Em 1938 chegaram as primeiras famílias japonesas de Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo, para ocuparem os lotes do recém criado Núcleo Colonial e implementarem novas experiências na agricultura. Ainda hoje existem colônias agrícolas, que produz aipim, frutas e legumes nos campos da Base Aérea de Santa Cruz e coco nos Campos São Miguel e São Marcos às margens da Rodovia Rio-Santos.[5] Na região de Jesuítas também há diversas plantações e pequenos rebanhos bovinos.[5]

A usina siderúrgica CSA Thyssenkrupp se destaca na paisagem.

Indústria

No ano de 1960 o Rio de Janeiro deixou de ser a capital do país para ser o estado da Guanabara. Vendo-se sem os recursos da administração federal, houve a necessidade de buscar alternativas para o desenvolvimento econômico do estado. Em 1975, foi inaugurada a Zona Industrial de Santa Cruz.[5]
Nela estão instalados diversos estabelecimentos industriais, como: Casa da Moeda do Brasil, Cosigua (Grupo Gerdau), Valesul, White Martins, Glasurit, a Usina de Santa Cruz, Linde S/A, Ecolab Química Ltda, Latas de Alumínio S/A – LATASA, Fábrica Carioca de Catalisadores – FCC, Pan-Americana S/A Indústrias Químicas, entre outras.[5][49] As mesmas são representadas pela AEDIN – Associação das Empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz.

Santa Cruz Shopping.
A Zona Industrial localiza-se na divisa entre o município do Rio de Janeiro e o de Itaguaí, e faz parte da retroarea do Porto de Itaguaí. A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), inaugurada em 2010, é a maior usina siderúrgica da América do Sul, ocupando uma área de nove milhões de metros quadrados[22] incluindo um porto privado, usina termoelétrica, siderúrgica de chapas planas para exportação e coqueria.[29]

Comércio

Santa Cruz nos últimos anos tem apresentado grande crescimento do seu comércio e do setor de serviços visando o mercado local, devido ao crescimento e aumento de renda da população.[61]
O mesmo apresenta um centro comercial e de entretenimento, chamado Santa Cruz Shopping, com praça de alimentação, lojas de diversos gêneros e agências bancárias; supermercados de grande porte como Guanabara, Prezunic e Extra Hipermercados além de pequenas redes de supermercados de bairro, restaurantes fast-food como McDonald's, Bob's, Habib's e um grande número de lojas de roupas, sapatos, materiais de construção, papelarias e bazares, fortemente concentrados na Rua Felipe Cardoso e no seu entorno.

Cultura


A escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz representa o bairro no carnaval carioca.
Dentre as manifestações culturais mais populares do bairro está a festa de São Jorge realizada no Largo do Bodegão. A festa já é uma tradição que vem desde 1963 e a quantidade de devotos só tem aumentado[58] O carnaval em Santa Cruz é festejado com os tradicionais blocos carnavalescos, bailes a fantasia, além do concurso de coretos promovido pela prefeitura.[53] Ainda é possível ver nas ruas a figura folclórica do clóvis, tão comum na região.
Como forma de preservar e valorizar seus monumentos históricos, parcerias entre universidades e empresas buscam levar conhecimento aos seus moradores através de visitas guiadas aos principais pontos de relevante interesse do chamado Circuito Santa Cruz de atestados da história do bairro.[62]

Atrações turísticas, históricas e culturais

São reconhecidas como de relativo interesse turístico, social, cultural da cidade do Rio de Janeiro, as eleitas sete maravilhas de Santa Cruz: o Hangar do Zeppelin localizado na Base Aérea, a sede do Batalhão Escola de Engenharia (Villagran Cabrita), as Ruínas do Matadouro, a Ponte dos Jesuítas no sub-bairro dos Jesuítas, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Cidade das Crianças e a Catedral das Assembleias de Deus.[63]

 Esportes

A prática esportiva é muito comum em Santa Cruz, principalmente nos colégios da região, que são famosos pelas conquistas nas mais diversas modalidades das competições intercolegiais.[64] Uma das grandes aquisições do bairro nos últimos anos foi a Vila Olímpica Oscar Schmidt, um complexo desportivo que oferece diversas modalidades esportivas gratuitas especialmente para crianças e jovens carentes.[65] Foi lá que a Tocha dos Jogos Pan-americanos de 2007 chegou na cidade do Rio para os Jogos Panamericanos.[66]
Fundado a 7 de setembro de 1941, o Esporte Clube Guanabara, das cores vermelho e branco, possui sede e estádio próprio. É notadamente reconhecido pelo título de Supercampeão do IV Centenário. Em 2007 foi fundado o Santa Cruz Futebol Clube, filiado a FFERJ, que participa de torneios estaduais e interestaduais e possui diversas categorias.[67] Dentre os eventos esportivos que acontecem no bairro está o já tradicional passeio ciclístico que envolve mais de duzentos ciclistas percorrendo os principais pontos históricos de Santa Cruz.[68]
Em 2010 a realização da Homeless World Cup no Rio de Janeiro deixou como legado aos moradores de Santa Cruz um Centro de Convivência, que em parceria com o Instituto Bola pra frente oferece atividades pedagógicas, esportivas e culturais na comunidade do Liberdade, num terreno doado pela Prefeitura.[69][70]

 Lazer

Por ser um dos bairros com poucas opções de lazer da zona oeste, Santa Cruz teve especial atenção ao receber da prefeitura as instalações do parque temático Cidade das Crianças, que oferece aos visitantes quadras esportivas, parque aquático, biblioteca, planetário digital, além de atividades ao ar livre.[51]
Estão entre as principais áreas de lazer do bairro a quadra de ensaios do GRES Acadêmicos de Santa Cruz, o Santa Cruz Shopping, a Vila Olímpica Oscar Schmidt, a Lona Cultural Sandra de Sá e a Cidade das Crianças Leonel Brizola.

Personalidades históricas

Abaixo estão listadas algumas personalidades que nasceram em Santa Cruz ou viveram por longos anos:

Galeria de fotos





Notas

  1. Termo religioso, derivado de cura, ou padre, que designava aldeias e povoados com as condições necessárias para se tornar uma freguesia, ou seja, tornar-se o distrito de um município
  2. Centros de Educação Tecnológica e Profissionalizante.

Referências

  1. a b c Portal Geo Rio – Informações sobre Santa Cruz. Prefeitura do Rio de Janeiro (17 de julho de 2011).
  2. Baía de Sepetiba atrai R$ 38 bilhões em investimentos. portos&navios (11 de julho de 2010).
  3. a b Breve Histórico de Santa Cruz. CADESC (18 de novembro de 2008).
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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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